Tenho verdadeira paixão por arqueologia e sou adepta incondicional de ecoturismo . Para minha sorte vivo em um Estado muito rico em sítios arqueológicos , onde há a maior concentração de inscrições rupestres no Brasil . Sempre que posso vou ao Parque Nacional de Sete Cidades , um lugar mágico, indescritível.
Serra da Capivara , no município de São Raimundo Nonato-Pi , é outro Parque Arqueológico incrível, onde há muitos sítios de arte rupestre , com cenas de acasalamento , caça , animais , etc. Na pré-história a arte também imitava a vida .
Recebi esse texto de um amigo e posto aqui pois achei muito interessante ...
ARTE RUPESTRE
"Aqueles que desconhecem seu passado, estão condenados a repeti-lo" (Rosane Volpatto)
As mãos manchadas de sangue deixam uma silhueta estampada na parede da caverna, o homem pré-histórico a percebe e isso passa a se constituir a descoberta mais sensacional. Será através das mãos, instrumento de preensão técnica, que ele reproduzirá suas experiências, manifestando-se conscientemente através da arte. As silhuetas das mãos, assim como dos pés, são encontradas entre as manifestações artísticas mais primitivas do mundo.
Descobrindo o homem que sabia desenhar, encheu as paredes de sua caverna com pinturas. Neste período, tais desenhos ensaiam os primeiros passos e ainda não são arte no sentido pleno, porque não possuem substância, não mobilizam em sua plenitude, os efeitos da linha e da cor. Este primeiro ser que feriu a tranqüilidade da pedra, para dar um risco explicativo e intencional, estava no período infantil. Este indivíduo primitivo, cuja mentalidade o índio encontrado no Brasil conservava, ainda era presa do primeiro choque, do primeiro espanto diante da multiplicidade da vida. Por isso, gisava, riscava e gravava coisas simples a que chamamos de inscrições lapidares, inscrições petrográficas ou desenhos rupestres.
Esta arte rudimentar já foi encontrada em todos os lugares da terra. E, os motivos dos desenhos, são geralmente idênticos: linhas verticais, paralelas e transversais; círculos, círculos concêntricos, espirais, o pé humano, a figura humana e animais. Estes desenhos rupestres formam um patrimônio comum, sem nenhuma interdependência, como criação espontânea e intuitiva. Sabe-se que produtos de intercorrência, não implicam necessariamente relações ou contato culturais.
De início, alguns estudiosos acreditavam que as cavernas pintadas constituíssem a vivenda dos homens primitivos, com seus adornos e sua decoração. Entretanto, com o tempo, descobriu-se que as galerias, contendo pinturas, constituíam na realidade santuários, centros rituais e iniciáticos. A arte foi então, um instrumental que tornou possível a concretização do mundo mítico e a exposição de seus conceitos mágico-religiosos. As pinturas faziam parte de um ritual que se completava com mímica, danças e relatos de lendas. Através destes rituais, que o homem procurava curar as doenças, eliminar os inimigos, apaziguar os deuses e provocar ou acalmar a natureza. Concluindo, a arte e a magia andavam de mãos dadas, indissolutas.
O Brasil possui valiosos sítios arqueológicos em seu território, embora nem sempre tenha sabido preservá‑los. Em Minas Gerais, por exemplo, na região que abrange os municípios de Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matosinhos e Prudente de Moraes, existiram grutas que traziam, em suas pedras, sinais de uma cultura pré‑histórica no Brasil. Algumas dessas grutas, como a chamada Lapa Vermelha, foram destruídas por fábricas de cimento que se abasteceram do calcário existente em suas entranhas. Além dessas cavernas já destruídas, muitas outras encontram‑se seriamente ameaçadas.
Quando a evolução humana se processa, a produção artística reflete esta evolução, por isso, que, em face do mundo, o homem cria, o homem vibra, o homem traduz em cores, em riscos, em desenhos, esta vibração interior.
*Resumo de texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
Imagens : Banco de Imagens Google
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